segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Família deve divulgar vídeo em que fazendeiro nega ser mandante da morte do promotor

José Maria sugere que a polícia investigue pessoas próximas a Thiago 

O advogado Anderson Flecha, que defende Edmacy Ubirajara, preso apontado pela polícia como autor do assassinato do promotor Thiago Faria, disse que a família do cliente deve divulgar nesta terça-feira um vídeo em que o cunhado dele, o fazendeiro José Maria Rosendo, procurado como mandante do crime, alega inocência.

As imagens foram veiculadas na manhã desta segunda-feira pela Rede Globo. No vídeo, gravado dias após o assassinato, ele também sugere que a polícia investigue pessoas próximas a Thiago e que poderiam ter se desentendido com ele por conta do exercício da profissão do promotor."Escutei comentários de que ele teve problemas em Itaíba", acrescentou.

José Maria de Mané Pedo, como é conhecido,  disse que não tinha inimizades nem motivos para encomendar a morte do promotor e também defendeu o cunhado."Não sei de onde a polícia tirou essa história. Na hora do crime, eu estava em Águas Belas. Toda segunda-feira fico em um local vizinho ao posto Santa Rosa, em Águas Belas, para fazer o pagamento dos meus trabalhadores, sempre das 8h ao meio-dia. Tenho mais de dez testemunhas que podem comprovar isso", garante o fazendeiro.

Considerado foragido da polícia, José Maria diz que fugiu para não ser preso e para conseguir provar a inocência. "Se eu não fugisse, seria preso e ficaria mais difícil de provar que não fui eu", defende-se.
Crime - Thiago Faria, de 36 anos, foi assassinado na manhã do dia 14 de outubro, dentro de seu carro com tiros de espingarda 12. No veículo, também estava a noiva dele e filha do prefeito de Itaíba - comarca onde o promotor atuava - Mysheva Freire Martins e o tio dela, Adautivo Martins, que escaparam ilesos do atentado.
O crime aconteceu na PE-300, na altura do KM-15, onde dois homens ocupando um Corsa trancaram o veículo do promotor, um Hyundai IX35, e fizeram os primeiros disparos. Em seguida, voltaram e executarm Thiago, atingido com quatro tiros, provavelmente de calibre 12, no rosto e no pescoço.
Thiago Faria assumiu o cargo em Itaíba em dezembro do ano passado, em meio ao cenário de embate pela terra que se arrastava havia sete anos, iniciada após a morte de Maria das Dores Ubirajara. Depois da aquisição das terras por Mysheva, José Maria Pedro Rosendo, um dos ocupantes da área, chegou a questionar a validade do leilão na Justiça, mas perdeu a causa.

Em junho, José Maria foi obrigado a deixar o lugar por força de uma imissão de posse em favor da advogada na qual o promotor teria atuado nos bastidores.  De acordo com as investigações, ele também teria pedido ajuda do tio da noiva, Claudiano Martins, para negociar a saída de José Maria das terras. As mesmas fontes da Polícia afirmaram que o promotor assassinado também teria denunciado José Maria por crime ambiental na fazenda, onde fica parte de uma reserva ambiental.

Em meio às últimas atividades do promotor, que estava em período probatório, a corregedoria fez uma inspeção na comarca quando descobriu que havia um grande número de processos nos quais Thiago Faria alegava suspeição pelo fato de envolverem interesses de parentes da noiva. Por esse motivo, o promotor seria removido para Jupi, por determinação do MPPE.

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